Home
comedia
critica
drama
Jonathan Demme
Kevin Kline
Mamie Gummer
Meryl Streep
Rick Springfield
Ricki and the Flash: De Volta Pra Casa
Ricki and the Flash: De Volta Pra Casa
Meryl Streep e boas músicas, talvez estes sejam os melhores trunfos de Ricki and the Flash: De Volta Pra Casa. Não é um filme ruim, envolve, diverte, é bem conduzido, mas parece que sempre vamos esperar mais de Jonathan Demme.
A trama gira em torno de Ricki Rendazzo, uma cantora de rock que sente o peso da idade e já não consegue se sustentar totalmente. Sua rotina muda quando recebe o telefonema do ex-marido avisando que sua filha não está bem. De volta a Indianápolis ela tentará resgatar a intimidade perdida com os filhos e quem sabe dar um novo rumo à sua vida sentimental.
Talvez haja em Ricki and the Flash uma mistura de Mamma Mia com Álbum de Família, ambos estrelados por Meryl Streep. Mas, é impressionante como a atriz não se repete em gestos ou postura. Também não é de suas melhores atuações, longe disso. Ela está apenas confortável no papel dessa mulher que como diz seu filho posa de liberal, mas é extremamente conservadora. E retraída também. Impressionante como a explosão de Ricki no palco único lugar em que se sente confortável, contrasta com a postura retraída fora dele.
Mais do que isso, a personagem cria escudos para qualquer tipo de relacionamento seja com a família ou com o companheiro guitarrista de sua banda Greg. Em sua máscara de mulher estranha ela vai ficando em seu mundo particular. Os filhos a cobram por terem sidos abandonados. Mas, o filme vai demonstrando que eles também abandonaram a mãe. São completos estranhos um ao outro, vide que nem conheciam o trabalho musical dela.
A personagem Ricki Rendazzo, que na verdade se chama Linda Brummel, é rica em diversos aspectos e, junto com a interpretação que Meryl Streep lhe dá, se torna de fato o ponto mais interessante do filme. Nos envolvemos por ela, pois o roteiro chega a ser banal em seus clichês. De qualquer maneira, possui uma estrutura enxuta, com uma boa economia dramática. A apresentação da personagem, por exemplo se resolve em duas cenas com quase nenhum diálogo. E a resolução acaba sendo bastante satisfatória, sem cair no piegas ou no irreal.
A trilha sonora é outro ponto positivo. Repleto de bom rock, temos cenas emocionantes com a banda The Flash no palco, como quando Ricki percebe a ausência de uma certa guitarra. Ou um momento onde ela questiona o fato de pais ausentes serem mais compreendidos que mães ausentes. Ou ainda um discurso especial que nos mostra o verdadeiro lugar daquela mulher no mundo.
Porém, de um diretor que já nos deu filmes como O Silêncio dos Inocentes e O Casamento de Rachel, Ricki and the Flash acaba sendo pouco inspirado. É melhor desenvolvido que um Mamma Mia, por exemplo, utiliza inclusive melhor as músicas e os números musicais. Mas, também não traz grande criatividade ou algo que chame a atenção na direção, fotografia, ou mesmo no ritmo da trama. Mesmo as boas cenas citadas, e outras também belas, são mérito principalmente dos atores e das músicas já citadas.
O subtítulo em português "De Volta Pra Casa" acaba sendo um reforço tolo também. Até porque Ricki não está exatamente voltando pra casa, mas apenas se reencontrando com seus próprios sentimentos seja com os filhos, com Pete, com Greg ou com ela mesma. De qualquer maneira é um filme que funciona enquanto entretenimento, principalmente para quem gosta de rock e, claro, Meryl Streep.
P.S. Como curiosidades, a atriz Mamie Gummer que faz Julie, a filha de Ricki, é mesmo filha de Meryl Streep, e, sim, ela está cantando de verdade.
Ricki and the Flash: De Volta Pra Casa (Ricki and the Flash, 2015 / EUA)
Direção: Jonathan Demme
Roteiro: Diablo Cody
Com: Meryl Streep, Kevin Kline, Rick Springfield, Mamie Gummer
Duração: 101 min.
A trama gira em torno de Ricki Rendazzo, uma cantora de rock que sente o peso da idade e já não consegue se sustentar totalmente. Sua rotina muda quando recebe o telefonema do ex-marido avisando que sua filha não está bem. De volta a Indianápolis ela tentará resgatar a intimidade perdida com os filhos e quem sabe dar um novo rumo à sua vida sentimental.
Talvez haja em Ricki and the Flash uma mistura de Mamma Mia com Álbum de Família, ambos estrelados por Meryl Streep. Mas, é impressionante como a atriz não se repete em gestos ou postura. Também não é de suas melhores atuações, longe disso. Ela está apenas confortável no papel dessa mulher que como diz seu filho posa de liberal, mas é extremamente conservadora. E retraída também. Impressionante como a explosão de Ricki no palco único lugar em que se sente confortável, contrasta com a postura retraída fora dele.
Mais do que isso, a personagem cria escudos para qualquer tipo de relacionamento seja com a família ou com o companheiro guitarrista de sua banda Greg. Em sua máscara de mulher estranha ela vai ficando em seu mundo particular. Os filhos a cobram por terem sidos abandonados. Mas, o filme vai demonstrando que eles também abandonaram a mãe. São completos estranhos um ao outro, vide que nem conheciam o trabalho musical dela.
A personagem Ricki Rendazzo, que na verdade se chama Linda Brummel, é rica em diversos aspectos e, junto com a interpretação que Meryl Streep lhe dá, se torna de fato o ponto mais interessante do filme. Nos envolvemos por ela, pois o roteiro chega a ser banal em seus clichês. De qualquer maneira, possui uma estrutura enxuta, com uma boa economia dramática. A apresentação da personagem, por exemplo se resolve em duas cenas com quase nenhum diálogo. E a resolução acaba sendo bastante satisfatória, sem cair no piegas ou no irreal.
A trilha sonora é outro ponto positivo. Repleto de bom rock, temos cenas emocionantes com a banda The Flash no palco, como quando Ricki percebe a ausência de uma certa guitarra. Ou um momento onde ela questiona o fato de pais ausentes serem mais compreendidos que mães ausentes. Ou ainda um discurso especial que nos mostra o verdadeiro lugar daquela mulher no mundo.
Porém, de um diretor que já nos deu filmes como O Silêncio dos Inocentes e O Casamento de Rachel, Ricki and the Flash acaba sendo pouco inspirado. É melhor desenvolvido que um Mamma Mia, por exemplo, utiliza inclusive melhor as músicas e os números musicais. Mas, também não traz grande criatividade ou algo que chame a atenção na direção, fotografia, ou mesmo no ritmo da trama. Mesmo as boas cenas citadas, e outras também belas, são mérito principalmente dos atores e das músicas já citadas.
O subtítulo em português "De Volta Pra Casa" acaba sendo um reforço tolo também. Até porque Ricki não está exatamente voltando pra casa, mas apenas se reencontrando com seus próprios sentimentos seja com os filhos, com Pete, com Greg ou com ela mesma. De qualquer maneira é um filme que funciona enquanto entretenimento, principalmente para quem gosta de rock e, claro, Meryl Streep.
P.S. Como curiosidades, a atriz Mamie Gummer que faz Julie, a filha de Ricki, é mesmo filha de Meryl Streep, e, sim, ela está cantando de verdade.
Ricki and the Flash: De Volta Pra Casa (Ricki and the Flash, 2015 / EUA)
Direção: Jonathan Demme
Roteiro: Diablo Cody
Com: Meryl Streep, Kevin Kline, Rick Springfield, Mamie Gummer
Duração: 101 min.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Ricki and the Flash: De Volta Pra Casa
2015-09-02T08:30:00-03:00
Amanda Aouad
comedia|critica|drama|Jonathan Demme|Kevin Kline|Mamie Gummer|Meryl Streep|Rick Springfield|
Assinar:
Postar comentários (Atom)
cadastre-se
Inscreva seu email aqui e acompanhe
os filmes do cinema com a gente:
os filmes do cinema com a gente:
No Cinema podcast
anteriores deste site
mais populares do site
-
Em cartaz nos cinemas com o filme Retrato de um Certo Oriente , Marcelo Gomes trouxe à abertura do 57º Festival do Cinema Brasileiro uma ...
-
O Soterópolis programa cultural da TVE Bahia, fez uma matéria muito interessante sobre blogs baianos. Esta que vos fala deu uma pequena con...
-
Cinema Sherlock Homes O filme de destaque atualmente é esta releitura do clássico do mistério pelas mãos de Guy Ritchie. O ex de Madonna p...
-
Fui ao cinema sem grandes pretensões. Não esperava um novo Matrix, nem mesmo um grande filme de ação. Difícil definir Gamer, que recebeu du...
-
Em um mundo repleto de franquias de ação altamente estilizadas, onde o termo "tipo John Wick" parece se aplicar a qualquer filme ...
-
O cinema sempre olhou para os locais periféricos e pessoas de classe menos favorecidas com um olhar paternalista. Não é incomum vermos na t...
-
Eletrizante é a melhor palavra para definir esse filme de Tony Scott . Que o diretor sabe fazer filmes de ação não é novidade, mas uma tra...
-
O filme Capote (2005), dirigido por Bennett Miller , é uma obra que vai além do simples retrato biográfico. Ele se aprofunda na complexidad...
-
O CinePipocaCult adverte: se você sofre de claustrofobia, síndrome do pânico ou problemas cardíacos é melhor evitar esse filme. Brincadeiras...