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Cinema Baiano no Panorama - Parte 3

XI Panorama Internacional Coisa de CinemaFechando a Competitiva Baiana seis curta-metragens e, curioso que tirando Haram, que ganhou o Prêmio Especial do Júri, os premiados saíram dessa sessão. Um exemplo da diversidade das obras produzidas por aqui que mostra uma nova geração cheia de energia e muita coisa pra contar.

Sujeito Oculto (BA/Inglaterra, 12', 2014)

de Amanda Gracioli

Sujeito Oculto - filmeUm apartamento em Londres, mas poderia ser em qualquer lugar. Inclusive no bairro do Garcia no qual a diretora explicou ter surgido a ideia do cura. Sujeito Oculto fala de solidão e saudade, ainda que não tenha uma visão triste. O protagonista vive só em seu apartamento repleto de lembranças em objetos diversos, mas nunca parece sozinho de fato. A começar pelos gritos dos vizinhos que estão sempre preenchendo sua sala. Ou o rádio e a televisão que lhe fazem companhia.

É um filme delicado em diversos aspectos, falando de um tema que irá nos atingir de uma maneira ou outra. A atuação é delicada, os planos são bem pensados e a dinâmica da casa com os sons dos vizinhos bem construída. Mas, o que nos pega de fato é a cena final. Surpreendentemente bela, ressoa em minha mente ainda agora.

Retomada (BA, 19', 2015)

de Leon Sampaio

Retomada - filmeAntes de tudo, Retomada é um filme necessário. Um documentário sobre os Tupinambás que ainda vivem no sul do estado e que, como a maioria dos índios, virou segregado em sua própria terra. As falas do cacique sobre a culpa que sempre recai sobre eles mesmos sem uma apuração traz a força da injustiça que cometemos e continuamos a cometer com esse povo tão rico culturalmente e que tem tanto a nos oferecer.

Leon Sampaio constrói sua narrativa também com grande habilidade mesclando conversas com imagens da região, principalmente de uma plantação de cacau, principal produto da região. Temos também imagens de um índio andando com seu cocar pela mata que acrescenta poesia à imagem. Mas, mais do que tudo, o filme é um grito de alerta para uma situação mais do que necessária a qualquer ser humano: respeito.

Ritual Pam Pam Pam (BA, 4', 2014)

de Ramon Coutinho

Ritual Pam Pam Pam - filmeO Cual – Coletivo Urgente de Audiovisual – sempre nos presenteia com ironias inteligentes, boas sacadas e curtas que nos tiram da zona do conforto. Ritual Pam Pam Pam não é diferente. Partindo de uma festa de rua aparentemente comum, eles nos mostram através do som que não somos tão diferentes daqueles que julgamos serem selvagens.

Não há uma busca por compreensão daquilo, nem mesmo julgamento. A metáfora é construída de maneira divertida e criativa, nos mostrando o ritual e construindo o elo irônico do que vemos com o que ouvimos.

Eu, Travesti? - filme

Eu, Travesti? (BA, 6', 2014)

de Leandro Rodrigues

Eu, Travesti? é quase um manifesto poético, curto e introdutório de uma questão tão cara hoje em dia. O que nos define enquanto gênero? O nosso corpo é o que nasce ou o que sentimos por dentro? Na narração e nas imagens, o protagonista vai se transformando para nós. É bonito, mas ficou quase um ensaio, uma introdução. Fica a vontade de ver algo mais.

Santo de Casa - filme

Santo de Casa (BA, 18', 2015)

de Lorena Sales e Murilo Deolino

Talvez o filme mais frágil da sessão, ainda que tenha seu valor. Santo de Casa funciona como aqueles "causos" do interior, lendas divertidas e críticas ao mesmo tempo, demonstrando a natureza do ser humano e a hipocrisia. Dois jovens ajudam na missa durante o dia, como coroinhas, mas de noite demonstram outro interesse em estar na igreja. Falta, talvez, um apuro no roteiro para melhor contar aquela história, além de ritmo na narrativa. De qualquer maneira, é um filme curioso.

Alegoria da Dor - filme

Alegoria da Dor (BA, 13', 2015)

de Matheus Vianna

Já falei sobre Alegoria da Dor quando ganharam o LABRFF. É um filme extremamente sensível que fala de saudade e dor de uma maneira alegórica através da figura do palhaço, esse ser triste que leva alegria aos outros. Chama a atenção ainda a excelente qualidade técnica da obra. Uma linda poesia. Leia crítica completa.

P.S. Da Competitiva Baiana, infelizmente, não pude conferir o curta-metragem Fardo, de Rafael Jardim, por isso, não posso comentar sobre ele. No mais, todos estão contemplados nos três artigos sobre o Cinema Baiano no Panorama.

Filmes vistos no XI Panorama Internacional Coisa de Cinema.

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