Kung Fu Panda 3
Um grande problema de franquias é o desgaste. Depois de um tempo, parece que estamos vendo a mesma história, com a mesma estrutura a cada filme. São raros os que conseguem chegar com fôlego ao terceiro filme quando não se trata de uma jornada maior pensada para isso como as Sagas Star Wars, Harry Potter, entre outras. Mas, apesar de muitas semelhanças, até que Kung Fu Panda consegue se reinventar aqui.
A trama agora tem um prólogo no mundo dos mortos, onde o Mestre Oogway descansa em paz, mas Kai, um antigo rival reaparece prometendo vingança. Ele consegue retornar ao mundo dos vivos e planeja tomar o Chi de todos os mestres em Kung Fu para poder reinar absoluto. Para detê-lo, Po terá que dominar a técnica, se tornando um mestre do Chi, mas para isso, ele terá que descobrir um pouco mais sobre seu passado e o que é ser um panda. Mais do que isso, ele precisará responder quem é ele.
Por mais que a estrutura do roteiro pareça a mesma, há sempre um acréscimo à trajetória de Po em cada filme. Esse é um ponto que faz a franquia ainda funcionar. Primeiro ele era um simples urso criado por um pato que descobre ser o lendário dragão guerreiro. No segundo filme, ele descobre que seus pais e todos os pandas foram dizimados por um imperador com medo de uma profecia. Agora, ele descobre que, na verdade, sua mãe morreu, mas seu pai e muitos outros pandas estão vivos, morando em uma vila escondida.
A cada filme, Po domina uma técnica nova para enfrentar o próximo inimigo. Agora é o Chi, uma espécie de força cósmica que segundo a tradição chinesa está em tudo. É a energia vital, início de tudo que ao ser conectada torna o ser capaz de verdadeiros milagres como a cura. Muito das artes de meditação e cura estão pautadas nisso. E o filme traz de uma forma simples e criativa o conceito para conduzir o panda a sua jornada espiritual. Afinal, faz parte da vida aprender algo a cada instante.
Na verdade, nesse filme, Po tem mais uma etapa de aprendizado. É o aprender a ser mestre. A passar o seu conhecimento adiante. Ensinando alunos a encontrar seu próprio caminho é possível aprender ainda mais. Porém, claro, Po se atrapalha e muito nessa tarefa. Afinal, não podemos esquecer que o clima de Kung Fu Panda é sempre ameno, buscando o público infantil e as gags físicas com o atrapalhado e adorado panda. Por mais que traga essa composição profunda de pano de fundo, o grande objetivo continua sendo o divertimento.
Tanto que é possível pensar em diversas pequenas falhas mal explicadas no roteiro, como o fato de uma vila escondida ser encontrada de maneira tão fácil. Mesmo que possamos pensar que Kai possui poderes mágicos acumulados, como justificar a tigresa chegar lá, por exemplo? E algumas outras desculpas que passam quase despercebidas diante da correria, da diversão e das lutas.
Se um Po já era engraçado, imagine milhares de pandas fofos aprontando em tela? Kung Fu Panda 3 é talvez o mais divertido dos três filmes, possuindo uma boa dinâmica entre o guerreiro e sua família. A forma como ele vai descobrindo semelhanças e maximizações de seus hábitos, por exemplo, é muito divertido. Há também uma boa dose de emoção no relacionamento com os pais, a ajuda mútua e a proteção, mesmo com algumas mentiras.
No final das contas, Kung Fu Panda 3 demonstra ser um entretenimento de qualidade, com algumas camadas mais profundas, mas que o que sobressai mesmo é o carisma desse simpático panda guerreiro, ou melhor, dragão.
Kung Fu Panda 3 (Kung Fu Panda 3, 2016 / EUA)
Direção: Alessandro Carloni, Jennifer Yuh Nelson
Roteiro: Jonathan Aibel, Glenn Berger
Duração: 95 min.
A trama agora tem um prólogo no mundo dos mortos, onde o Mestre Oogway descansa em paz, mas Kai, um antigo rival reaparece prometendo vingança. Ele consegue retornar ao mundo dos vivos e planeja tomar o Chi de todos os mestres em Kung Fu para poder reinar absoluto. Para detê-lo, Po terá que dominar a técnica, se tornando um mestre do Chi, mas para isso, ele terá que descobrir um pouco mais sobre seu passado e o que é ser um panda. Mais do que isso, ele precisará responder quem é ele.
Por mais que a estrutura do roteiro pareça a mesma, há sempre um acréscimo à trajetória de Po em cada filme. Esse é um ponto que faz a franquia ainda funcionar. Primeiro ele era um simples urso criado por um pato que descobre ser o lendário dragão guerreiro. No segundo filme, ele descobre que seus pais e todos os pandas foram dizimados por um imperador com medo de uma profecia. Agora, ele descobre que, na verdade, sua mãe morreu, mas seu pai e muitos outros pandas estão vivos, morando em uma vila escondida.
A cada filme, Po domina uma técnica nova para enfrentar o próximo inimigo. Agora é o Chi, uma espécie de força cósmica que segundo a tradição chinesa está em tudo. É a energia vital, início de tudo que ao ser conectada torna o ser capaz de verdadeiros milagres como a cura. Muito das artes de meditação e cura estão pautadas nisso. E o filme traz de uma forma simples e criativa o conceito para conduzir o panda a sua jornada espiritual. Afinal, faz parte da vida aprender algo a cada instante.
Na verdade, nesse filme, Po tem mais uma etapa de aprendizado. É o aprender a ser mestre. A passar o seu conhecimento adiante. Ensinando alunos a encontrar seu próprio caminho é possível aprender ainda mais. Porém, claro, Po se atrapalha e muito nessa tarefa. Afinal, não podemos esquecer que o clima de Kung Fu Panda é sempre ameno, buscando o público infantil e as gags físicas com o atrapalhado e adorado panda. Por mais que traga essa composição profunda de pano de fundo, o grande objetivo continua sendo o divertimento.
Tanto que é possível pensar em diversas pequenas falhas mal explicadas no roteiro, como o fato de uma vila escondida ser encontrada de maneira tão fácil. Mesmo que possamos pensar que Kai possui poderes mágicos acumulados, como justificar a tigresa chegar lá, por exemplo? E algumas outras desculpas que passam quase despercebidas diante da correria, da diversão e das lutas.
Se um Po já era engraçado, imagine milhares de pandas fofos aprontando em tela? Kung Fu Panda 3 é talvez o mais divertido dos três filmes, possuindo uma boa dinâmica entre o guerreiro e sua família. A forma como ele vai descobrindo semelhanças e maximizações de seus hábitos, por exemplo, é muito divertido. Há também uma boa dose de emoção no relacionamento com os pais, a ajuda mútua e a proteção, mesmo com algumas mentiras.
No final das contas, Kung Fu Panda 3 demonstra ser um entretenimento de qualidade, com algumas camadas mais profundas, mas que o que sobressai mesmo é o carisma desse simpático panda guerreiro, ou melhor, dragão.
Kung Fu Panda 3 (Kung Fu Panda 3, 2016 / EUA)
Direção: Alessandro Carloni, Jennifer Yuh Nelson
Roteiro: Jonathan Aibel, Glenn Berger
Duração: 95 min.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Kung Fu Panda 3
2016-03-27T08:30:00-03:00
Amanda Aouad
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