
A trama gira em torno da coelhinha Judy Hopps, que vive no interior com sua família de agricultores, mas sempre quis ser uma policial. Desacreditada por todos, ela treina muito e consegue se formar através de um programa especial de inclusão e vai para Zootopia realizar seu maior sonho. Mas, sofre preconceitos e vai precisar da ajuda do malandro Nick Wilde, uma esperta raposa que vive de pequenos golpes.

Tanto Judy quanto Nick sofreram bullying na infância, ambos tinham sonhos e foram desacreditados por eles. E, por isso, ambos se compreendem, tornando-se uma boa dupla, ainda que com diversas peripécias que os fazem se afastar e se aproximar igual a milhares de comédias românticas. E antes que alguém se assuste, não, a coelha e a raposa são apenas amigos, não há nem indício de romance.


Falar sobre a arte chega a ser covardia diante de tanto know-how e verba, mas não deixa de ser impressionante o nível de riqueza dos cenários e objetos de arte do desenho. A cena em que Judy viaja de trem até Zootopia, por exemplo, é extremamente bela, com a mudança de cenários e texturas. E as cenas de ação são muito bem orquestradas com simulação de diversos planos e movimentos de câmera.
No final, Zootopia traz um clima bem diferente do que é apresentado no trailer que foca mais nas gags de humor. Tem piadas e momentos engraçados, mas, no geral, é uma obra com questionamentos bem profundos e que caem como uma luva nos dias de hoje, onde estamos cada vez mais extremistas. Que assim como os animais fictícios consigamos abraçar as diferenças e viver em paz.
Zootopia: Essa Cidade é o Bicho (Zootopia, 2016 / EUA)
Direção: Byron Howard, Rich Moore
Roteiro: Jared Bush, Phil Johnston
Duração: 108 min