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É muito super-herói em tela


Sete filmes baseados em HQs só esse ano. Desde que a Marvel resolveu investir em um estúdio cinematográfico, a frequência só aumenta. Principalmente depois que a DC resolveu correr atrás do prejuízo. Há o risco do cansaço, mas, ao contrário do ano passado, que nos deu decepções como Batman vs Superman ou Esquadrão Suicida, 2017 tem sido bastante promissor para o gênero.

Começamos bem com Logan. Wolverine é um dos grandes heróis da Marvel, controverso, anti-herói, na verdade, mas apaixonante. Sempre roubou a cena nos filmes dos X-Men, porém suas obras solo pareciam não querer decolar. Origens (2009) é problemático e o Imortal (2013) melhora, mas continua fraco. O filme de James Mangold acaba sendo um bálsamo na trajetória do herói. Traz o protagonista mais velho, enfraquecido e, por isso, mais complexo, gerando um belo drama, não apenas um filme de super-herói.

Guardiões da Galáxia Vol. 2 consegue manter o nível do primeiro filme e ampliar alguns aspectos que o tornam ainda mais divertido. As músicas continuam sendo bem utilizadas e o fato de já estarmos familiarizados com os heróis abre espaço para explorar melhor as tramas. Tem, inclusive, uma jornada de redenção com uma cena emocionante. Isso reforça a sensação de que temos aqui uma aventura engraçada, porém não tola. Há fundamentos que embasam personagens e tramas, conduzindo-os a algum lugar. É um universo próprio que nos diverte e envolve.

Finalmente, temos Mulher-Maravilha. A heroína da DC ganhou o seu filme solo após uma longa espera, o que é questionável. Por que demorou tanto para Diana contar sua história na tela grande se é uma das personagens mais conhecidas dos quadrinhos? Alguns alegaram machismo e levantaram a bandeira do feminismo para se referir à obra. Neste quesito, há conquistas, já que, além da heroína mulher, a diretora também é, algo raro na indústria. Mas o filme em si não levanta exatamente uma bandeira feminista, o que não quer dizer também que seja machista.

Há elementos da sociedade patriarcal, principalmente pela época em que se passa, e Diana tem que se adaptar às regras, ainda que venha de uma sociedade formada por mulheres. O homem ao seu lado acaba tendo um certo protagonismo também, ao contrário das namoradas dos super-heróis que normalmente são apenas salvas por eles. Mas isso também é reflexo da estrutura patriarcal, não diminuindo a importância e valor de Diana. O fato é que Mulher-Maravilha é um ótimo filme de super-herói.

Por fim, temos o segundo reboot do Homem-Aranha, agora, finalmente, com o bastão da Marvel, que une de vez um dos seus personagens mais populares ao universo criado nos cinemas. Orientado por Tony Stark, Peter Parker tem uma aventura divertida e envolvente que traz de volta a essência do herói adolescente que tem que administrar as questões de colégio com suas aventuras contra o crime.

Após surgir quase de paraquedas em Guerra Civil, a aventura solo do aranha consegue cumprir as expectativas, principalmente por não tentar retomar o passado, contando novamente sua origem e detalhes que já vimos de diversas maneiras. E, claro, ainda abre espaço para continuações, como sempre, com cenas pós-créditos que já viraram marca dos filmes da Marvel.

Uma prova de que 2017 está sendo mesmo um bom ano para os heróis. Apenas LEGO Batman: O Filme não conseguiu um resultado tão bom. Agora só resta esperar que Thor 3: Ragnarok e Liga da Justiça não decepcionem e que os filmes que estão por vir nos próximos anos continuem nos divertindo sem cansar a fórmula.





Texto originalmente publicado na Revista CineMagazine: Coluna Amanda Aouad de julho/2017.

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