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Quatro vidas de cachorro
Quatro vidas de cachorro
Baseado no livro W. Bruce Cameron, Quatro vidas de cachorro é daqueles filmes feitos para chorar. Diretor de Sempre ao seu lado, o sueco Lasse Hallström abusa das expressões de cães para contagiar sua plateia e, em certo nível, consegue.
Sem querer dar spoilers, Quatro vida de cachorro, que na verdade são cinco se contar a rápida primeira vida mostrada, tem semelhanças com a história de Hachiko, pois fala da fidelidade do cão ao dono e de uma amizade que ultrapassa os limites da vida e da morte. O título original "A Dog's Purpose" resume bem a intenção da trama.
O cão quer saber qual o seu propósito de vida, e é isso que ele se pergunta desde a primeira curta vida, antes de ser Bailey, a vida que forma sua personalidade. De alguma maneira, o roteiro quer nos fazer concluir que o cão está no mundo para ser o "melhor amigo do homem". O que não deixa de ser algo egocêntrico e, até certo, ponto cruel. Mas o filme consegue construir outras camadas que acabam o tornando mais instigante que um forçado melodrama que usa animais para comover plateias.
Bailey, Ellie, Tino, Buddy ou o vira-latinha sem nome do começo, em todas as suas vidas o cão se mantem doce e até mesmo ingênuo, mas há uma empatia que nos faz exercitar o ponto de vista dele e não dos humanos. É como se ele quisesse nos fazer compreender que a vida é mais simples do que pensamos e que precisamos de companhia para viver, independente da rotina.
É positivo ver que a cada vida ele é um cão de uma raça diferente, não construindo segregações ou preconceitos. Há um reforço do amor verdadeiro, uma espécie de incentivo a adoção e responsabilidade na decisão de levar um animal para casa. Afinal, ele vai criar vínculos afetivos e vai ser dependente de nós por toda a vida. Ou mesmo depois dela, como propõe o filme.
Ainda que o roteiro seja tendencioso em priorizar sua vida como Bailey ao lado do dono Ethan, há uma construção de cumplicidade e amor com Maya e Carlos. Tanto Tino quanto Ellie se importam com eles e criam afetos. Sempre reforçando a observação de que são solitários e que isso não é bom. O que comprova que há aqui um filme de tese, que quer nos convencer de uma ideia específica.
Porém, ainda que o roteiro apele em muitos momentos, a direção é correta e consegue construir boa parte da emoção com enquadramentos bem feitos dos animais, sempre com um olhar pedinte e amigo, que derrete os mais gelados dos corações. As cenas na fazenda são as mais bem exploradas, com campos abertos para corridas, ajudando nessa construção bucólica da história.
Sem maiores pretensões, Quatro vidas de cachorro é um filme feito para emocionar, deixando claro que, para ele, esse é o propósito do cão. Emocionar e alegrar os seres humanos.
Quatro vidas de cachorro (A Dog's Purpose, 2017 / EUA)
Direção: Lasse Hallström
Roteiro: W. Bruce Cameron, Cathryn Michon, Audrey Wells, Maya Forbes, Wallace Wolodarsky
Com: Josh Gad, Dennis Quaid, Peggy Lipton, K.J. Apa, Juliet Rylance, Luke Kirby
Duração: 100 min.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Quatro vidas de cachorro
2018-04-16T08:30:00-03:00
Amanda Aouad
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