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Homem-Aranha no Aranhaverso
Homem-Aranha no Aranhaverso
Um dos super-heróis mais conhecidos e queridos, Homem-Aranha já teve diversas versões nos cinemas e televisão, nada mais justo que adaptassem também o Aranhaverso, ou seja, a união em uma mesma história de múltiplas realidades já exploradas pelo herói.
Com uma história diferente da narrativa dos quadrinhos lançado em 2014, o maior mérito do filme é conseguir reunir tantos universos de maneira harmônica para que qualquer espectador compreenda sua trama. Mesmo quem nunca ouviu falar do Aranhaverso ou mesmo viu um filme do super-herói consegue acompanhar a narrativa, ainda que perca algumas referências, reforçando o ótimo roteiro do filme.
Outro grande mérito da obra é sua criatividade gráfica. Mesclando diversos traços e estilos, o filme interage bem com 3D, 2D, estilo mangá, estilo cartoon, traço noir, tudo sem parecer estranho ou desequilibrado, casando perfeitamente com o universo ficcional proposto no momento em que aborda os múltiplos universos. Mais do que isso, o filme fica dinâmico e divertido exatamente por isso.
A linguagem dos quadrinhos é explorada ao máximo, com direito a passagem com efeito de uma página sendo virada ou balões de pensamento invadindo a tela. Isso sem falar nas molduras dos quadrinhos que, às vezes, são construídas com o próprio cenário, como a cena em que Miles conversa com o pai através da porta fechada do quarto.
Depois de tanto vermos Peter Parker errando e aprendendo com seu próprio estilo, acompanhar a saga de Miles Morales é um respiro ainda mais instigante. Há várias camadas na escolha de seu protagonismo para o filme que vão além da óbvia ampliação da representatividade com um garoto negro do Brooklyn.
É a manutenção da essência de que o que faz do Homem Aranha um herói especial: ele não tem nada de especial. Ele não é O Escolhido. E isso dá a sensação de qualquer um pode ser ele. É só estar no lugar certo na hora certa. Não por acaso há tantas possibilidades nos diversos mundos paralelos, até mesmo de um porco ou uma menina com um robô aranha.
Peter Parker se tornou especial para nós, por ser o primeiro e mais constante, sua jornada de redenção aqui também é válida e abre diversas possibilidades para ampliação ainda maior desse já tão rico universo. Isso sem falar na divertida cena pós créditos que possibilita uma nova forma de explorar isso tudo.
Homem-Aranha no Aranhaverso é um filme maduro, divertido, bem construído tecnicamente e que consegue trazer um respiro de criatividade ao universo dos super-heróis no cinema. Não por acaso tem vencido as principais premiações na categoria de animação.
Homem-Aranha no Aranhaverso (Spider-Man: Into the Spider-Verse, 2018 / EUA)
Direção: Bob Persichetti, Peter Ramsey, Rodney Rothman
Roteiro: Phil Lord, Rodney Rothman
Duração: 117 min.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Homem-Aranha no Aranhaverso
2019-01-19T08:30:00-03:00
Amanda Aouad
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