
Primeira heroína da Marvel a protagonizar um filme solo, Carol Danvers não faz feio. Há uma boa construção em Capitã Marvel e até mesmo uma certa criatividade para não deixar a curva dramática comum de filmes de origem cansativa. Ainda assim, parece que falta algo para que o filme possa, de fato, empolgar.
Talvez a expectativa diante de uma das mais poderosas personagens e a empolgação depois de Pantera Negra e Vingadores: Guerra Infinita tenha nos feito exigir demais da obra. Na verdade, em um ranking dos filmes da Marvel, ela estaria bem colocada, já que a fórmula das aventuras com comédia tenha cansado um pouco.

A trajetória de superação de Carol, que vai nos sendo contada em curtos flashbacks, traz momentos emocionantes, como a sequência que demonstra o que a faz humana. Uma briga contra preconceitos em uma busca por simplesmente se fazer autêntica, demonstrando sua força interna, muito mais importante que os próprios superpoderes adquiridos.

As cenas de batalha são diversas e o filme busca dosar bem as informações necessárias em um filme de origem com ação. Há uma boa dinâmica e uso de planos que deixa tudo mais ágil, porém os efeitos especiais acabam sendo irregulares, tendo ótimos momentos e outros que deixam a desejar. Destaque para o rejuvenescimento de Samuel L. Jackson para encarnar Nick Fury na década de noventa.
Ainda que não crie a empatia imediata com o público, a curva da heroína é ascendente e, no clímax, é possível se empolgar com seu exemplo, ficando fácil de torcer por ela. Capitã Marvel pode não ser o melhor filme solo dos estúdios, mas cumpre o seu papel e deixa o gancho para Vingadores: Ultimato, que claro tem uma amostra nas cenas pós-créditos.
Capitã Marvel (Capitã Marvel, 2019 / EUA)
Direção: Anna Boden, Ryan Fleck
Roteiro: Anna Boden, Ryan Fleck
Com: Brie Larson, Samuel L. Jackson, Ben Mendelsohn, Jude Law, Annete Bening, Lashana Lynch, Clark Gregg
Duração: 123 min.