A Troca
Se a história não fosse baseada em fatos reais eu iria pensar que J. Michael Straczynski apelou demais ao escrever o roteiro de A Troca. Que pessoa em sã consciência iria imaginar uma trama tão elaborada para calar a boca de uma mãe? Criar um falso menino e fazer todos acreditarem que a mulher está louca por não querer o filho de volta? O fato é que, as vezes, a realidade consegue ser mais inacreditável que a ficção. E Clint Eastwood conseguiu construir essa atmosfera de forma crível e angustiante.
Angelina Jolie é Christine Collins, uma mãe solteira que procura seu filho desaparecido. Cinco meses depois, a polícia de Los Angeles lhe apresenta um garoto dizendo ser o seu Walter, o que a mulher não reconhece, obviamente. Começa, então, uma luta contra um sistema viciado, em busca da verdade e justiça.
A narrativa é clássica, onde bons e maus estão bem definidos, principalmente nas figuras do reverendo Briegleb (John Malkovich) e policial Jones (Jeffrey Donovan), respectivamente. O hospital psiquiátrico é caricatural, mas bem próximo da realidade dos anos 30 nos Estados Unidos. Ainda assim, parece que Eastwood se sente à vontade tanto no melodrama da primeira parte, quando na trama policial que se inicia na segunda parte do filme. A verdadeira reviravolta em A Troca não está no menino que não é o filho da senhora Collins, mas no que aconteceu ao filho verdadeiro e outras crianças americanas. E principalmente, como a polícia de Los Angeels não quis ver a verdade, trancafiando Christine Collins e encobrindo seu próprio erro.
Angelina Jolie consegue uma interpretação emocionante e convicente, que lhe rendeu a indicação ao Oscar, mas que não supera a densidade dramática que atingiu em O Preço de uma coragem, pelo qual, para mim, merecia o prêmio de melhor atriz. O grande trunfo, em A Troca, é a identificação do público com o sofrimento de sua personagem, elevada quase a Cristo, sofrendo todas as injustiças possíveis. No final, até um personagem que seria um vilão diz admirar sua coragem de ir contra o sistema.
A Troca é um filme que toca em diversos assuntos sérios e complexos como o papel da polícia, a corrupção dentro dela, a precariedade do sistema de saúde mental e outros detalhes que seriam spoilers. Mas, no fim, a narrativa se resume a uma trama muito simples. A luta de uma mãe para reaver seu filho desaparecido. Talvez, por isso, seu êxito não tenha sido completo. Ainda assim, é um bom filme.
Angelina Jolie é Christine Collins, uma mãe solteira que procura seu filho desaparecido. Cinco meses depois, a polícia de Los Angeles lhe apresenta um garoto dizendo ser o seu Walter, o que a mulher não reconhece, obviamente. Começa, então, uma luta contra um sistema viciado, em busca da verdade e justiça.
A narrativa é clássica, onde bons e maus estão bem definidos, principalmente nas figuras do reverendo Briegleb (John Malkovich) e policial Jones (Jeffrey Donovan), respectivamente. O hospital psiquiátrico é caricatural, mas bem próximo da realidade dos anos 30 nos Estados Unidos. Ainda assim, parece que Eastwood se sente à vontade tanto no melodrama da primeira parte, quando na trama policial que se inicia na segunda parte do filme. A verdadeira reviravolta em A Troca não está no menino que não é o filho da senhora Collins, mas no que aconteceu ao filho verdadeiro e outras crianças americanas. E principalmente, como a polícia de Los Angeels não quis ver a verdade, trancafiando Christine Collins e encobrindo seu próprio erro.
Angelina Jolie consegue uma interpretação emocionante e convicente, que lhe rendeu a indicação ao Oscar, mas que não supera a densidade dramática que atingiu em O Preço de uma coragem, pelo qual, para mim, merecia o prêmio de melhor atriz. O grande trunfo, em A Troca, é a identificação do público com o sofrimento de sua personagem, elevada quase a Cristo, sofrendo todas as injustiças possíveis. No final, até um personagem que seria um vilão diz admirar sua coragem de ir contra o sistema.
A Troca é um filme que toca em diversos assuntos sérios e complexos como o papel da polícia, a corrupção dentro dela, a precariedade do sistema de saúde mental e outros detalhes que seriam spoilers. Mas, no fim, a narrativa se resume a uma trama muito simples. A luta de uma mãe para reaver seu filho desaparecido. Talvez, por isso, seu êxito não tenha sido completo. Ainda assim, é um bom filme.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
A Troca
2010-01-26T13:25:00-03:00
Amanda Aouad
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