E continua a onda 3D
Recentemente, James Cameron reclamou da onda de 3D que invadiu Hollywood. Você pode estar pensando: "mas logo ele?". De fato, o homem que quis reinventar o cinema não quer que a invenção se banalize. Claro que cinema em 3D já existe há mais tempo do que podem supor. Quem não lembra daquele óculos bizarro de papel com uma lente azul e outra vermelha? O 3D evoluiu, as câmeras evoluíram e, de repente, a indústria viu no sistema uma tábua de salvação contra a pirataria. Tudo, mesmo que não filmado para o formato, começou a ter versão com a nova dimensão. E como se não bastasse, velhos sucessos estão voltando, digamos assim, remasterizados.
É o caso do primeiro longa-metragem da Pixar que revolucionou o mercado de animação. Toy Story está prestes a ganhar sua terceira parte, e claro, será totalmente em 3D. Além disso, a Pixar resolveu relançar os dois primeiros filmes nos cinemas, com a versão acrescida da terceira dimensão. A idéia pode ser boa, afinal, é mais uma forma de chamar a atenção e ganhar um troco com a bilheteria. Só me pergunto até que ponto Cameron não teria razão sobre a tal banalização. Será que cansaremos da novidade? Já surgem televisões no formato e até a Rede Globo fez sua primeira experiência gravando o carnaval do Rio em três dimensões.
O fato é que, no mundo em que vivemos, as novidades tendem a surgir e serem disseminadas com uma velocidade cada vez maior. E o combate a pirataria virou desculpa para tudo. Os produtores de Alice mesmo, o novo filme de Tim Burton, diminuíram o tempo de lançamento do filme em DVD em alguns países alegando que a medida é contra os piratas. Isso acabou gerando alguns boicotes ao filme.
Voltando ao 3D, não acredito que ele ou qualquer outra medida mirabolante acabe com a pirataria. Nem todos tem o apuro crítico para lamentar um filme achatado, com uma legenda errada ou mesmo uma imagem ruim. O grande problema, principalmente no Brasil, é mesmo no bolso. Cinema está cada vez mais caro. Um passeio em família no fim de semana não fica por menos de cem reais. Em 3D então, é ainda mais caro. Segundo estatísticas, menos de 10% da população vai aos cinemas. Aí, um pai de família que ganha um salário mínimo vê em cada sinaleira o filme que o filho tanto quer por cinco reais, cai na tentação. É triste, mas é a realidade do nosso país. Queria podermos voltar ao tempo em que minha mãe era menina e a Rua Chile tinha cinema popular lotado, por um preço bem acessível.
Já que não podemos viver dessa nostalgia, fiquemos observando aonde a indústria irá nos levar em sua próxima ideia mirabolante. Ah, e hoje, tem Toy Story em 3D nos cinemas, quem puder, aproveite.
É o caso do primeiro longa-metragem da Pixar que revolucionou o mercado de animação. Toy Story está prestes a ganhar sua terceira parte, e claro, será totalmente em 3D. Além disso, a Pixar resolveu relançar os dois primeiros filmes nos cinemas, com a versão acrescida da terceira dimensão. A idéia pode ser boa, afinal, é mais uma forma de chamar a atenção e ganhar um troco com a bilheteria. Só me pergunto até que ponto Cameron não teria razão sobre a tal banalização. Será que cansaremos da novidade? Já surgem televisões no formato e até a Rede Globo fez sua primeira experiência gravando o carnaval do Rio em três dimensões.
O fato é que, no mundo em que vivemos, as novidades tendem a surgir e serem disseminadas com uma velocidade cada vez maior. E o combate a pirataria virou desculpa para tudo. Os produtores de Alice mesmo, o novo filme de Tim Burton, diminuíram o tempo de lançamento do filme em DVD em alguns países alegando que a medida é contra os piratas. Isso acabou gerando alguns boicotes ao filme.
Voltando ao 3D, não acredito que ele ou qualquer outra medida mirabolante acabe com a pirataria. Nem todos tem o apuro crítico para lamentar um filme achatado, com uma legenda errada ou mesmo uma imagem ruim. O grande problema, principalmente no Brasil, é mesmo no bolso. Cinema está cada vez mais caro. Um passeio em família no fim de semana não fica por menos de cem reais. Em 3D então, é ainda mais caro. Segundo estatísticas, menos de 10% da população vai aos cinemas. Aí, um pai de família que ganha um salário mínimo vê em cada sinaleira o filme que o filho tanto quer por cinco reais, cai na tentação. É triste, mas é a realidade do nosso país. Queria podermos voltar ao tempo em que minha mãe era menina e a Rua Chile tinha cinema popular lotado, por um preço bem acessível.
Já que não podemos viver dessa nostalgia, fiquemos observando aonde a indústria irá nos levar em sua próxima ideia mirabolante. Ah, e hoje, tem Toy Story em 3D nos cinemas, quem puder, aproveite.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
E continua a onda 3D
2010-02-26T10:15:00-03:00
Amanda Aouad
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