Ilha do Medo de 1998
Para que ninguém se sinta enganado, não vou falar do filme de Scorsese, sobre ele já falei aqui. Quero resgatar um filme que prometia em 1998, mas tornou-se bobo, pela construção dos personagens e condução do roteiro. Adam Coleman Howard, que além de dirigir, assina o roteiro do filme, tenta fazer um suspense intrigante, mas esbarra em clichês e tolices que não levam a lugar nenhum. Nem Alan Rickman salva o resultado dessa história.
David Weinberg e sua esposa, Alexis Chandler Weinberg, estão em uma estrada chuvosa quando encontram um jovem rapaz, vivido por Norman Reedus, muito ferido. Eles resolvem ajudá-lo e acabam levando-a para o centro de suas vidas. Na tal ilha, onde a família de Alexis, vivida por Polly Walker, sempre tiveram uma casa, os três começam uma convivência cheia de entrelinhas. Como diz o trailer, alguém está sobrando. O jovem rapaz é sedutor e Alexis parece se interessar por seu mistério, enquanto David parece incomodado com toda a situação.
A sinopse é praticamene o argumento do filme. Para quem não sabe a diferença, sinopse é um resumo enxuto contendo apenas a idéia principal da história, já o argumento é a história narrada pelo recorte do filme. Em média, um argumento de um longametragem tem 15 páginas. O problema é que em A Ilha do Medo não há muito mais a ser contado. A idéia é essa. Os três, na casa da ilha, com alguns imprevistos que fazem o visitante ir ficando até o ponto em que consiga conquistar a mulher. Várias situações são gratuitas e não nos levam a ser envolvidos por algum drama, nem mesmo sentir medo.
As cenas vão se construindo e algumas pistas do final são demonstradas desde o início, pela relação entre o casal. Parece que filme de suspense tem que ter tempestade e Adam Coleman Howard coloca bastante desse ingrediente em seu filme, procurando torná-lo mais assustador. O problema é que em nenhum momento sentimos que a personagem está em perigo real. Parece apenas mais uma trama clássica de traição. É quando ele se demonstra mais interessante, perto do seu final, com a revelação quase óbvia que torna o filme uma investigação sobre a natureza humana.
Talvez a história funcionasse melhor como um curta-metragem. O suspense poderia ser melhor trabalhado e o final seria mais impactante. O argumento acaba se perdendo em tentativas de estender as cenas para que a história se prolongue por 96 minutos. Assim, temos apenas um filme mediano, quase curioso, nem maiores atrativos. Uma obra que passa facilmente despercebida. Talvez, por isso, ninguém tenha se confundido quando esse ano lançou no Brasil o novo A Ilha do Medo.
David Weinberg e sua esposa, Alexis Chandler Weinberg, estão em uma estrada chuvosa quando encontram um jovem rapaz, vivido por Norman Reedus, muito ferido. Eles resolvem ajudá-lo e acabam levando-a para o centro de suas vidas. Na tal ilha, onde a família de Alexis, vivida por Polly Walker, sempre tiveram uma casa, os três começam uma convivência cheia de entrelinhas. Como diz o trailer, alguém está sobrando. O jovem rapaz é sedutor e Alexis parece se interessar por seu mistério, enquanto David parece incomodado com toda a situação.
A sinopse é praticamene o argumento do filme. Para quem não sabe a diferença, sinopse é um resumo enxuto contendo apenas a idéia principal da história, já o argumento é a história narrada pelo recorte do filme. Em média, um argumento de um longametragem tem 15 páginas. O problema é que em A Ilha do Medo não há muito mais a ser contado. A idéia é essa. Os três, na casa da ilha, com alguns imprevistos que fazem o visitante ir ficando até o ponto em que consiga conquistar a mulher. Várias situações são gratuitas e não nos levam a ser envolvidos por algum drama, nem mesmo sentir medo.
As cenas vão se construindo e algumas pistas do final são demonstradas desde o início, pela relação entre o casal. Parece que filme de suspense tem que ter tempestade e Adam Coleman Howard coloca bastante desse ingrediente em seu filme, procurando torná-lo mais assustador. O problema é que em nenhum momento sentimos que a personagem está em perigo real. Parece apenas mais uma trama clássica de traição. É quando ele se demonstra mais interessante, perto do seu final, com a revelação quase óbvia que torna o filme uma investigação sobre a natureza humana.
Talvez a história funcionasse melhor como um curta-metragem. O suspense poderia ser melhor trabalhado e o final seria mais impactante. O argumento acaba se perdendo em tentativas de estender as cenas para que a história se prolongue por 96 minutos. Assim, temos apenas um filme mediano, quase curioso, nem maiores atrativos. Uma obra que passa facilmente despercebida. Talvez, por isso, ninguém tenha se confundido quando esse ano lançou no Brasil o novo A Ilha do Medo.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Ilha do Medo de 1998
2010-12-21T08:44:00-03:00
Amanda Aouad
Alan Rickman|critica|suspense|
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