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Entrevista Leandro Hassum e Roberto Santucci

Até que a sorte nos separeChega os cinemas nessa sexta-feira, mais uma comédia brasileira: Até que a Sorte nos Separe. Dirigida por Roberto Santucci e estrelada por Leandro Hassum entre outros, o filme conta a história de um casal que ficou milionário por causa da loteria, mas acabou gastando todos os 100 milhões do prêmio em apenas 15 anos. Agora, o marido vai tentar esconder da esposa que está grávida, que estão falidos, gerando várias confusões.

Parte do elenco, diretor e produtor estiveram em Salvador no último 27 de setembro para divulgar o filme e pudemos conversar com Roberto Santucci e Leandro Hassum. Veja entrevista abaixo.

Até que a sorte nos separe

Leandro Hassum começou no teatro e ficou conhecido através do gênero infantil e da comédia, apesar de possuir uma boa versatilidade dramática. Humorista, possui atualmente um programa na Rede Globo chamado Os Caras de Pau, ao lado de Marcius Melhem que já tem nova temporada garantida para 2013.

CinePipocaCult - Como é o seu personagem, o Tino?

Leandro Hassum - Tino é o grande responsável por essa treta, essa trama toda. Ele é um perdulário. Um cara gente boa, carismático, ama a família. Mas, ganhou cem milhões e não teve amigos do lado para ajudar a salvar esse dinheiro. E quinze anos depois perde tudo. Tenta esconder da mulher, não consegue, mas isso é que é o bom, foi daí vem a piada, que vem a comédia desse cara tentando se virar com essa notícia bombástica que é perder cem milhões. Uma história que não é muito estranha de todos nós brasileiros. Todos temos uma história de algum amigo, algum parente, algum conhecido que perdeu todo o dinheiro. E também não é estranho porque todo brasileiro tenta fazer uma fezinha pra ficar rico da noite pro dia.

Até que a sorte nos separeCinePipocaCult - Você conseguiria gastar 100 milhões?

Leandro Hassum - Ah, dinheiro acaba, se não for bem administrado acaba. O importante é você se ligar a boas pessoas, pessoas que vão te ajudar a manter esse dinheiro. Porque na hora que você ganha dinheiro, todo mundo aparece, mas nem sempre são os amigos.

CinePipocaCult - E como foi trabalhar com o Roberto Santucci?

Leandro Hassum - Incrível. Um cara que é extremamente generoso em sua direção. Soube trabalhar o que eu tenho de melhor que é minha improvisação, meus cacos e minhas brincadeiras. Em um texto maravilhoso também do Paulo Cursino. Eu só tenho a agradecer.

CinePipocaCult - As comédias brasileiras têm tido bons públicos, porém são sempre muito criticadas pela imprensa como algo menor. Como você vê essa questão?

Leandro Hassum - Eu acho uma grande bobagem. Na verdade, eu não estou muito interessado no que é maior ou o que é menor. Eu acho que a comédia está cada vez maior no Brasil. Os grandes filmes e as grandes bilheterias tem sido as comédias. Então, se existe um preconceito, é uma grande bobagem e um grande despeito.

Até que a sorte nos separeCinePipocaCult - Quais os seus planos? Você está querendo investir no cinema agora?

Leandro Hassum - Eu estou apaixonado nesse momento pelo cinema. A gente tem isso, é a coisa mais recente que tenho na minha vida, então, estou em uma fase muito apaixonado por ele. Mas, eu gosto de tudo que eu faço. Graças a Deus sou um ator que consigo circular no cinema, no teatro, na TV, na dublagem. Fazendo várias coisas. Então, só tenho a agradecer.

CinePipocaCult - Falando em dublagem, você fez o Gru, em Meu Malvado Favorito, entre outros. Como é o trabalho de ator nesse caso?

Leandro Hassum - Sim, fiz o Gru e fiz também o Bolt, onde eu dublava um hamster chamado Rhino. E o trabalho é incrível. Estou doido para fazer muito mais. E vem mais coisa por aí. Se não me engano, Gru está vindo aí em uma segunda parte.

CinePipocaCult - E o seu programa, Os Caras de Pau, quais os planos pro futuro?

Leandro Hassum - Graças a Deus está muito bom. Já estamos confirmados na grade de fevereiro. Vamos até fevereiro, paramos para um descanso, voltamos em junho. Está indo super bem, graças a Deus.

Até que a sorte nos separe

Roberto Santucci começou a carreira em Los Angeles, onde estudou cinema, tendo trabalhado como assistente de montagem em filmes como Lendas da Paixão. Já no Brasil, dirigiu filmes como Bellini e a Esfinge, mas só se tornou popular com a comédia De Pernas para o Ar, uma das maiores bilheterias do ano de 2010 e que já tem continuação garantia para final desse ano.

CinePipocaCult - Como você define o filme Até que a Sorte nos Separe?

Roberto Santucci - Uma comédia para toda família, bem popular. É um filme que tem uma história bacana uma discussão interessante. Trabalha contra-pontos, atores atuando de verdade, tendo que emocionar. E temos visto que essas coisas estão funcionando.

Até que a sorte nos separeCinePipocaCult - E como foi a escolha do elenco, principalmente do protagonista, Leandro Hassum?

Roberto Santucci - O Leandro Hassum traz uma expectativa sobre o que as pessoas estão acostumadas a ver dele. Só que eu acho que o filme vai dar um pouquinho mais de Leandro Hassum para as pessoas. Vai mostrar um outro lado. Porque o Leandro além de um ótimo comediante, é um ator completo. Por isso que a gente escolheu ele para esse papel. Porque uma coisa que percebemos desde as filmagens, é que o filme vai capacitar as pessoas a se emocionarem um pouco. Tem gente que chega a derramar uma lágrima com o filme. E é um filme de contrapontos também. A gente tem uma Rita Elmôr que é uma atriz de teatro, um Kiko Mascarenhas que são pessoas que trabalham em um registro de humor que é 180º do Leandro Hassum. E tem também participações incríveis como Aílton Graça, o Rodrigo Santana também e uma série de atores que dão um colorido para esse filme e fazer mais do que uma mera comédia.

CinePipocaCult - Você começou a carreira com filmes mais densos. Desde De Pernas para o Ar entrou no caminho da comédia. É uma tendência, ou são momentos?

Roberto Santucci - É. Eu comecei com um filme de ação que virou comédia que foi o Olé. Depois fiz um filme de gênero policial que é o Bellini. Depois eu escrevi e dirigi um drama psicológico que é o sequestro relâmpago que foi lançado como Alucinados. Só que Alucinados ganhou vários prêmios, mas nunca foi nem lançado comercialmente. Como eu estava com muita dificuldade de entrar no mercado de cinema. Então, eu falei "vou fazer uma comédia bem popular para ver se assim consigo entrar no mercado". E veio o De Pernas pro Ar. E como o filme chegou a ser maior bilheteria do ano passado, gerou uma série de convites para fazer fazer outras comédias parecidas. E para uma pessoa que não ganha a vida fazendo publicidade, nem é contratado da Rede Globo, surge uma possibilidade de fazer cinema. Então, eu diria que as comédias podem virar meu emprego fixo, mas que eu vou estar lutando e investindo em projetos mais pessoais que vão trabalhar dentro de outros gêneros de cinema.

CinePipocaCult - Vai ter o segundo De Pernas pro Ar, inclusive ainda esse ano, certo?

Roberto Santucci - Vai ter o De Pernas em dezembro. Eu estou filmando um outro chamado Dia dos Namorados com a Heloísa Perissé, vai ser lançado no dia dos namorados do ano que vem. E outros convites para fazer comédia.

Até que a sorte nos separeCinePipocaCult - Você estudou na Califórnia, chegou a começar a trabalhar por lá como assistente de montagem, como foi a escolha de voltar para o Brasil?

Roberto Santucci - Eu voltei ao Brasil em 96, mais por questões familiares. E com o Bellini e a família, fui ficando. Porque voltar para Los Angeles com a família é preciso algo mais certo. Mas, tenho interesse em arrumar um agente em Los Angeles e voltar, porque eu morei muitos anos lá, me sinto à vontade, tenho amigos na cidade.

CinePipocaCult - E como você vê o cinema nacional hoje? Acha que as comédias dominam mesmo? Tem espaço para outros gêneros?

Roberto Santucci - As comédias deram mais sorte, vamos dizer assim. Não dá pra dizer que o cinema nacional é só comédia. Talvez elas estejam dando mais certo. Mas, a produção continua variada. Claro que sempre vai ter um mais evidente. Aconteceu isso com o cinema favela, com os musicais. O filme espírita também. E a comédia tá vivendo um pouco esse momento. Acho que o público brasileiro respeita bons filmes e acho que a qualquer momento vai vir um excelente filme que faça tanto sucesso quanto as comédias. Tem aí o filme do Breno Silveira, por exemplo que pode ser um filme muito bacana que não é uma comédia. Então, acho que as pessoas querem é bons filmes.

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