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Mary Poppins
Mary Poppins
Baseado no livro de P.L. Travers, Mary Poppins sofreu com comparações de um filme lançado no ano seguinte: A Noviça Rebelde. Apesar de semelhanças, são filmes bem diferentes. Cada um com seu encanto próprio.
Em ambos, temos Julie Andrews como uma babá que canta divinamente e vai influenciar a vida da família onde irá trabalhar. As semelhanças acabam por aqui. Mary Poppins, ao contrário de Maria, é um ser mágico que vem e vai quando o "vento muda de direção". Tendo como missão ajudar famílias com problemas. O senhor Banks não é viúvo, não há uma relação amorosa entre eles e as crianças não cantam.
A Noviça Rebelde, apesar de um musical, é um melodrama, com grandes cargas dramáticas e até mesmo políticas, relacionadas ao nascimento do nazismo. Mary Poppins é um conto de fadas, como muitos da Disney, que produz o filme, onde podemos entrar em desenhos, dançar com pinguins, apostar corridas em cavalos de carrossel ou pular por chaminés, dançando e cantado.
Julie Andrews, apesar de achar exagerado o Oscar que venceu pelo papel, consegue nos dar o tom exato desse ser mágico, que não demonstra muito bem suas emoções, mas ri sincera a cada trapalhada do malandro Bert, canta e se diverte com as crianças, mas sabe ser dura e autoritária quando necessário. A forma como envolve o Sr. Banks, manipulando a situação a seu favor, chega a ser assustadora. Bem diferente da atrapalhada e sonhadora Maria.
Dick Van Dyke mantém seu humor típico, mas consegue nos cativar ao ser o narrador daquela história. O jogo de enunciação que ele conduz é interessante, dando ainda mais o tom de conto de fadas. Não fica claro, mas parece que Bert já foi uma criança ajudada pela mágica babá, que continua a cada virada do vento, ansioso em revê-la. O carinho entre os dois não chega a ser sensualizado, demonstrando que há uma amizade ali, mais do que qualquer outro interesse.
O filme é repleto de cenas e músicas memoráveis. Mas, a sequência da chaminé parece a mais emblemática. Não por acaso a música tema do filme é Chim Chim Cher-ee. Há mágica ali, afinal, estão pulando por telhados e chaminés. Há efeitos especiais, como a escada de fumaça ou o super giro que Mary Poppins dá no final da música. Há uma coreografia afiada. E há o clima de travessura, que toda criança adora. Fora a fotografia que é belíssima, utilizando bem os contrastes da noite, da poeira das chaminés e o colorido das roupas de Mary Poppins e a luz da lua.
A mistura de live action com desenho animado também é bastante divertida. A resolução fica melhor aos olhos de hoje, do que os efeitos na cena da arrumação do quarto, por exemplo, onde vemos perfeitamente a marcação do recorte para entrar a simulação dos objetos sendo animados. Até a luz fica estranha, denunciando o truque.
De qualquer maneira, a magia reina nos 139 minutos de projeção e queremos apenas curtir com eles, tomando uma colher de açúcar para ajudar o remédio a descer e dizendo supercalifragilisticoespialidoso sempre que não sabemos como nos expressar. Ou seja, um clássico que sempre encantará.
Mary Poppins (1964 / EUA)
Direção: Robert Stevenson
Roteiro: Bill Walsh, Don DaGradi
Com: Julie Andrews, Dick Van Dyke, David Tomlinson, Glynis Johns
Duração: 139 min
Em ambos, temos Julie Andrews como uma babá que canta divinamente e vai influenciar a vida da família onde irá trabalhar. As semelhanças acabam por aqui. Mary Poppins, ao contrário de Maria, é um ser mágico que vem e vai quando o "vento muda de direção". Tendo como missão ajudar famílias com problemas. O senhor Banks não é viúvo, não há uma relação amorosa entre eles e as crianças não cantam.
A Noviça Rebelde, apesar de um musical, é um melodrama, com grandes cargas dramáticas e até mesmo políticas, relacionadas ao nascimento do nazismo. Mary Poppins é um conto de fadas, como muitos da Disney, que produz o filme, onde podemos entrar em desenhos, dançar com pinguins, apostar corridas em cavalos de carrossel ou pular por chaminés, dançando e cantado.
Julie Andrews, apesar de achar exagerado o Oscar que venceu pelo papel, consegue nos dar o tom exato desse ser mágico, que não demonstra muito bem suas emoções, mas ri sincera a cada trapalhada do malandro Bert, canta e se diverte com as crianças, mas sabe ser dura e autoritária quando necessário. A forma como envolve o Sr. Banks, manipulando a situação a seu favor, chega a ser assustadora. Bem diferente da atrapalhada e sonhadora Maria.
Dick Van Dyke mantém seu humor típico, mas consegue nos cativar ao ser o narrador daquela história. O jogo de enunciação que ele conduz é interessante, dando ainda mais o tom de conto de fadas. Não fica claro, mas parece que Bert já foi uma criança ajudada pela mágica babá, que continua a cada virada do vento, ansioso em revê-la. O carinho entre os dois não chega a ser sensualizado, demonstrando que há uma amizade ali, mais do que qualquer outro interesse.
O filme é repleto de cenas e músicas memoráveis. Mas, a sequência da chaminé parece a mais emblemática. Não por acaso a música tema do filme é Chim Chim Cher-ee. Há mágica ali, afinal, estão pulando por telhados e chaminés. Há efeitos especiais, como a escada de fumaça ou o super giro que Mary Poppins dá no final da música. Há uma coreografia afiada. E há o clima de travessura, que toda criança adora. Fora a fotografia que é belíssima, utilizando bem os contrastes da noite, da poeira das chaminés e o colorido das roupas de Mary Poppins e a luz da lua.
A mistura de live action com desenho animado também é bastante divertida. A resolução fica melhor aos olhos de hoje, do que os efeitos na cena da arrumação do quarto, por exemplo, onde vemos perfeitamente a marcação do recorte para entrar a simulação dos objetos sendo animados. Até a luz fica estranha, denunciando o truque.
De qualquer maneira, a magia reina nos 139 minutos de projeção e queremos apenas curtir com eles, tomando uma colher de açúcar para ajudar o remédio a descer e dizendo supercalifragilisticoespialidoso sempre que não sabemos como nos expressar. Ou seja, um clássico que sempre encantará.
Mary Poppins (1964 / EUA)
Direção: Robert Stevenson
Roteiro: Bill Walsh, Don DaGradi
Com: Julie Andrews, Dick Van Dyke, David Tomlinson, Glynis Johns
Duração: 139 min
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Mary Poppins
2015-04-13T08:30:00-03:00
Amanda Aouad
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