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Alien: Covenant

Alien: Covenant - filme

Em 2012, Ridley Scott lançou Prometheus com uma promessa: ampliar a mitologia de sua série Alien. Apenas dos problemas de roteiro e ritmo, o filme consegue trazer novidades. Com Alien: Convenant isso não parece uma questão, o que empobrece a narrativa. Mas os dispositivos de terror e suspense, o tornam uma experiência próxima do primeiro filme da série.

Alien, o oitavo passageiro se tornou uma referência nos filmes de gênero. Uma nave que para em um planeta estranho e acaba tendo um dos tripulantes infectado. Dele, nasce um Alien que começa a caçar todos os outros tripulantes. Alien: Covenant não é exatamente assim, mas traz ecos do filme e também tenta brincar com essa expectativa do espectador, modificando alguns plots em específico.

Alien: Covenant - filmeCovenant é uma nave de colonização que tem a missão de levar dois mil colonos para o planeta Origae-6. Um acidente no percurso faz o robô Walter acordar os 17 tripulantes que precisam resolver alguns problemas, inclusive decidir se exploram um planeta desconhecido que surge no radar com uma estranha mensagem que parece voz humana. Dessa exploração, surgem consequências, inclusive um encontro inusitado com David, o robô de Prometheus, o que não chega a ser um spoiler, já que Ridley Scott gasta um bom tempo em uma cena inicial de David e seu criador Peter Weyland.

A criação parece mesmo a obsessão da trama. Se, em Prometheus, a equipe buscava o criador da Terra e dos seres humanos, aqui a criação parece mais difusa. Há o próprio homem que brinca de Deus, seja criando David ou Walter, seja colonizando um planeta como a missão da Covenant. E há também o próprio David, buscando essa função em uma trajetória que assusta e instiga, mas acaba sendo pouco aprofundada diante da estrutura do roteiro.

Alien: Covenant - filmeA urgência aqui é construir efeitos de suspense e terror. É deixar o espectador com medo ao mesmo tempo em que tenta adivinhar a próxima cena. O fato de brincar com o repertório da própria série ajuda nesse jogo de expectativa. Cumprir ou frustrar a expectativa ajuda na imersão do espectador naquele universo. Porém, as recompensas nunca parecem satisfatórias o suficiente, exatamente por não ampliar a mitologia. Fica a sensação de um filme descartável.

Da mesma forma, as personagens não parecem importantes. São apenas peões sendo conduzidos em um jogo cênico para criar sensações momentâneas. Apenas a personagem de Katherine Waterston cria uma mínima empatia, mas mesmo assim não é forte o suficiente para conduzir as emoções tal qual a Tenente Ripley de Sigourney Weaver.

Os humanos serem apenas peças em um cenário onde Aliens são criados e robôs conduzem a narrativa, não deixa de ser significativo. E é em Michael Fassbender que Ridley Scott parece mesmo apostar suas fichas. Não por acaso, ele o traz como um duplo, dois lados de uma moeda. O misterioso David e o correto Walter. Talvez se o roteiro pudesse explorar um pouco mais essa dicotomia, aprofundando as questões que ambos lançam em rápidas conversas como o que seria uma evolução ou não de um robô, pudesse ser mais instigante. E é impressionante como o ator consegue traduzir bem as diferenças dos dois em pequenos gestos.

No fim, Alien: Covenant é um filme que não acrescenta muito. Não amplia a série, nem aprofunda a mitologia criada. E também não traz novidades ao gênero. É uma experiência com bons momentos de susto, alguma tensão e cenas bem feitas, mas que acabam não criando tanto impacto exatamente por não nos importarmos com as personagens como deveríamos. Um filme, infelizmente, descartável.


Alien: Covenant (Alien: Covenant, 2017 / EUA)
Direção: Ridley Scott
Roteiro: John Logan, Dante Harper
Com: Michael Fassbender, Katherine Waterston, Billy Crudup
Duração: 122 min.

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