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A Saga Planeta dos Macacos

O Planeta dos Macacos - CorneliusApós o resgate da história do livro de Pierre Boulle com o belo filme de Rupert Wyatt, vamos relembrar a Saga original que começou com o clássico de 1968 e ficou imortalizada pela cena de Charlton Heston na praia em frente a Estátua da Liberdade. Entre alguns altos e muitos baixos, a história conseguiu ser passada de uma forma satisfatória com os recursos possíveis na época.

Atenção para os SPOILERS.

O Planeta dos MacacosO Planeta dos Macacos (1968)
Dirigido por Franklin J. Schaffner
Roteiro: Michael Wilson e Rod Serling

Clássico que deu força à série, o filme de Franklin J. Schaffner impressionou pela forma como nos apresentou aquele astronauta perdido em um planeta inóspito, habitado por macacos de comportamento humano que escravizavam seres humanos primitivos. O ritmo do longametragem é lento, de fato, os recursos tecnológicos são escassos, mas o roteiro consegue nos envolver no drama do personagem de Charlton Heston, querendo que ele fuja o quanto antes dali. O impacto acontece quando descobrimos a verdade. A grande questão é que simpatizamos com os chimpanzés Zira e Cornelius, que estão do lado do "olhos brilhantes" George Taylor, e nutrimos certa raiva do orangotango Dr. Zaius pelas tentativas de esconder a verdade que está em sua frente. Ainda assim, quando ele lê a carta onde mandam eles temerem os seres humanos e controlá-los, pois eles podem destruir o planeta, não deixa de nos atingir. E quando a cena fatídica da Estátua da Liberdade aparece e Taylor grita: "Os miseráveis destruíram tudo", temos quase a certeza de que Zaius era quem estava com a razão.

Momento marcante: A cena final onde George Taylor encontra a Estátua da Liberdade enterrada na areia da praia, descobrindo que aquele novo planeta é a Terra.


De Volta ao Planeta dos MacacosDe Volta ao Planeta dos Macacos (1970)
Direção: Ted Post
Roteiro: Mort Abrahams, Arthur P. Jacobs

Se tem um filme lamentável em toda Saga, é este. A história começa exatamente onde termina o anterior. Taylor e Nova chegam à Estátua da Liberdade, depois continuam andando pelo planeta, até que coisas estranhas começam a acontecer. Primeiro, uma nova nave cai, dessa vez na terra. O astronauta Brent vivido por James Franciscus que havia sido enviado em busca da nave de Taylor. A trama, a princípio fica repetitiva, já que Brent passa por parte das situações vividas por Taylor no primeiro filme, mas o problema acontece quando ele descobre uma passagem subterrânea para um dos metrôs de Nova York e nela uma população subterrânea sobrevivente da guerra nuclear com poderes psíquicos e adoradores de uma imensa bomba. Toda a filosofia da Saga quase se perde nessa confabulação exótica. E a direção de Ted Post também não ajuda.

Momento marcante: Quando Taylor aperta o botão da bomba destruindo o planeta. É quase um alívio ver aquilo tudo ser esquecido.


Fuga do Planeta dos MacacosFuga do Planeta dos Macacos (1971)
Direção: Don Taylor
Roteiro: Pierre Boulle e Paul Dehn

Depois do susto que foi o filme de Ted Post, um novo rumo era necessário para a Saga Planeta dos Macacos. O filme começa na década de 70 com uma nave caindo no mar. O exército se aproxima e resgata três tripulantes, mas quando eles tiram os capacetes vem o susto: ali estão Zira, Cornelius e Milo que conseguiram escapar antes que a Terra fosse destruída e por algum motivo acabam viajando no tempo e retornando à época em que os humanos ainda eram senhores locais e os macacos não passavam de primatas. A premissa desse filme é interessante e a forma como os três se comportam diante da nova realidade, a inversão dos papéis, tudo é bem realizado. Quando Dr. Milo morre e o casal Zira e Cornelius se torna celebridade, o filme começa a perder o ritmo. A construção clipada deles comprando roupas, dando entrevistas e participando de festas não soa muito bem. Mas, depois, a trama vira e a construção do medo em relação àqueles seres que podem "destruir" o planeta se torna tensa e bem construída, principalmente com o detalhe da macaca Heloísa.

Momentos marcantes: Quando os três macacos tiram o capacete criando um constrangimento geral e quando Zira e Cornelius falam ao tribunal.


A Conquista do Planeta dos MacacosA Conquista do Planeta dos Macacos (1972)
Direção: J. Lee Thompson
Roteiro: Paul Dehn

Segundo melhor filme da série. Aqui, a trama avança até o ano de 1991, quando os cães e gatos haviam sido extintos por um vírus e os macacos foram domesticados e se tornaram escravos dos humanos. Dentro dessa realidade estranha, encontra-se Caesar, o filho de Zira e Cornelius que foi poupado do extermínio ao ser trocado com a macaca Heloísa. Criado por Armando, o dono do circo interpretado por Ricardo Montalban (A Ilha da Fantasia), Caesar tem que fingir ser irracional para sobreviver em um mundo tão inóspito para ele. Aos poucos, o macaco vai se irritando com a situação inferior e, principalmente, pela forma desumana como sua raça é tratada e inicia uma revolução. Nesse momento ele cria o paradigma. Já que começa a evolução dos símios que resultará na realidade de seus pais, fechando o ciclo.

Momento marcante: Caesar prestes a matar o governador percebe que é mais evoluído que os humanos ao não conseguir cumprir o ato selvagem.


Batalha pelo Planeta dos MacacosBatalha pelo Planeta dos Macacos (1973)
Direção: J. Lee Thompson
Roteiro: Paul Dehn, John Corrington, Joyce Hooper Corrington

Após construir um bom filme, J. Lee Thompson retorna na quinta parte da série com alguns erros e acertos. Aqui, temos uma espécie de realidade alternativa, pós guerra nuclear, mas ainda com Caesar liderando macacos e alguns humanos em uma parte pacífica do planeta. Com tão pouco tempo desde o último filme, é impossível que os macacos, à exceção de Caesar e seu filho, já estivessem em tal grau de desenvolvimento intelectual. A divisão de classes dos macacos está bastante definida e os gorilas, liderados por Aldo, não aceitam a convivência com os humanos tão bem quanto os chimpanzés e os orangotangos, sendo bastante militarizados. A rixa fica ainda mais acirrada quando Caesar resolve resgatar as fitas dos depoimentos de seus pais sobre o fim do planeta Terra e descobre os seres humanos deformados que estão debaixo da terra. Os humanos mutantes se armam para atacar os macacos que têm que se defender. No meio dessas duas guerras - humanos mutantes vs macacos, chimpanzé e orangotangos vs gorilas - Caesar ainda alimenta o sonho de mudar o rumo do planeta conseguindo criar uma comunidade pacífica entre macacos e humanos.

Momento marcante: Quando Aldo é acusado de matar o filho de Caesar, afinal "macaco não mata macaco".

Comentários (14)

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Ótimos pitacos sobre a série Amanda. Gosto muito dos macacos de Boulle e Rod Serling foi o responsável por argumentar o estilo que se seguiu na saga.
Concordo com você que "De Volta..." foi lamentável. Eu acho "A Fuga..." o mais divertido e o segundo melhor depois do original. As fitas de J. Lee Thompson tbm são boas aventuras sombrias.
E gostei bastante do "Planeta Dos Macacos: A Origem" no final das contas....a série tem futuro.

Beijos
Rodrigo
3 respostas · ativo 719 semanas atrás
Sim, Rodrigo. gostei muito de A Origem, acho que ficou digno do original, ao contrário da versão de Tim Burton. "A Fuga..." é divertido, mas acho alguns momentos bobos.

bjs
Poxa, eu adoro "A Fuga...." e toda aquelas cenas nos tribunais Roddy e Kim Hunter arrasam! Pena que o final seja trágico como todos os finais da série. "A Origem" foi, de todos os filmes dos macacos que teve o final menos trágico, embora nada feliz.

Vc sabe como odeio a versão do Tim Burton. Se tem um diretor predileto que já cometeu um crime fílmico, esse alguém foi ele!
Beijos.
Tá certo, Rodrigo, hehe, não acho o filme ruim, apenas não é dos meus preferidos, tem sim, bons momentos, mas outros, como disse, achei bobo. E sim, Tim Burton pisou na bola.

bjs
Opa, gostei muito das intervenções na série, Amanda. Arrasou! Estou planejando fazer um post igual, mas pretendo conferir o "A Origem" para incorporar o novo membro da série "Planeta dos Macacos". Dito isso, temos muitas visões convergentes: também acho o 4 o melhor depois da obra-prima inaugural - todos preferem o 3 pelo leve gosto cômico -, o 2 é uma bomba literalmente rs, mas olha, o 5 também não fica muito atrás, não. Achei pouco ousado, mal produzido, feito mesmo para tirar dinheiro dos fãs restantes da saga, porque a história é bem comprometedora.

Na verdade, a despeito do original, que é clássico absoluto e soberano, digo que a série Planet of the Apes tem excelentes argumentos, mas a prática é bem decepcionante, por conta também dos orçamentos modestos das sequências. Mas são filmes reflexivos - menos o 2 - e com pitacos relevantes para basear um belo debate.

Bjs.
1 resposta · ativo 719 semanas atrás
Pois é, Elton, o terceiro é engraçado, mas fica bobo em muitos momentos, por isso também prefiro o quarto. Quanto ao cinco, tem momentos bem ruins, mas outros muito bons, como a cena que citei do "macaco não mata macaco". Mas, concordo com você quando fala dos bons argumentos e filmes fracos.

bjs
Aprecio bastante estes filmes, principalmente "A Conquista do Planeta dos Macacos".
(John Connor ter enviado seu futuro pai para o passado não parece ser muito original).
1 resposta · ativo 719 semanas atrás
Verdade, Herculano, essa idéia de o futuro interferir no passado criando o futuro cíclico acaba sendo um tema recorrente que parece ter tido origem aí. Depois do primeiro, também prefiro "A Conquista do Planeta dos Macacos".
O primeiro é espetacular.

O segundo não gostei.
Do terceiro em diante acho que vale como curiosidade.

A meu ver, só faltou seu texto, sobre a obra de Tim Burton. Óbvio que não é tão impactante e perfeito como o clássico de 68. Mas, apreciei muito a visão dele sobre esse universo.

Abraços
1 resposta · ativo 719 semanas atrás
Sim, sim, Renato. Acho que ninguém gostou exatamente do segundo filme, hehe.

Não quis incluir o filme de Tim Burton, porque ele é um remake do primeiro da saga (tá, na verdade, é uma nova versão do livro, até mais fiel), mas o fato é que quis me ater apenas na série original nesse post. E confesso que não gosto tanto do resulto apesar de adorar o diretor.

abraços
Calma que iremos fazer também uma reavaliação da saga de Cornelius e cia ...

Mas uma coisa é verdade ... A Conquista do Planeta dos Macacos É FUDEROSOOOOOOOO ...

Beijos Mandinha ...
1 resposta · ativo 719 semanas atrás
Massa, João, fico no aguardo. E pois é, acho que aí, ele recobra a questão profunda do original.

bjs
Comecei a ler o livro.... é muito bom. Pierre Boulle é um excelente escritor. Ele consegue nos manter ligados na história. Parece um seriado. Os capítulos são curtos e, no fim de cada um, ele deixa um suspense. Lembra muito os livros que eram publicados nos jornais antigamente, quando os capítulos eram assim para que o leitor comprasse o jornal no outro dia. Se você quiser, quando acabar de ler, te empresto. Sou da turma que acha que livro deve circular por aí e não ficar guardado na estante.
1 resposta · ativo 719 semanas atrás
Ah, que bom, Bruno, tenho curiosidade em ler o livro, sei mais ou menos o que acontece, mas é sempre bom ver com os próprios olhos.

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