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Depois de Crepúsculo

Robert Pattinson, Taylor Lautner e Kristen StewartSempre que uma franquia de sucesso acaba, ficam as perguntas sobre o futuro. Qual filme que substituirá a Saga Crepúsculo nas bilheterias é o mais comum. Mas, outra questão também curiosa é o rumo dos atores que deram rosto e voz aos personagens principais. Depois de tantos anos sendo Edward, Bella e Jacob, qual o caminho das carreiras de Robert Pattinson, Taylor Lautner e Kristen Stewart?

É interessante observar a trajetória de cada um dos três atores, pois são bem distintas. Todos eles já tinham uma carreira em algum nível antes de Crepúsculo e já estão continuando elas, independente da saga. Mas cada um com escolhas bem diferentes. Robert Pattinson chegou a declarar que agora queria fazer papéis em que pudesse se orgulhar. Parece mesmo que dos três é o que mais luta para sair do estereótipo de ator galã de filmes adolescentes. Enquanto Kristen Stewart é de longe a com melhor filmografia. Já Taylor Lautner ainda está preso ao estereótipo. E nisso, não estou observando o mérito da capacidade de atuação de cada um, apenas nas escolhas de papéis até o momento.

Kristen Stewart

Kristen Stewart

Kristen Stewart existia antes de Crepúsculo, não há dúvidas. Por ser filha do produtor de televisão John Stewart e da diretora Jules Stewart, a garota começou a carreira ainda pequena e chamou a atenção como a filha de Jodie Foster em O Quarto do Pânico. Antes de Crepúsculo, ela ainda teria a chance de atuar em Na Natureza Selvagem de Sean Penn. É uma participação pequena, é verdade, mas significativa.

Enquanto a saga acontecia a cada ano, ela seguiu uma carreira paralela com filmes e personagens bem diversos. É verdade que não me convenceu ainda como atriz, mas não deixa de ser uma celebridade já de destaque em Hollywood. E Bella Swan não é a única responsável por isso.

Férias Frustradas de Verão (2009)
O nome em português assusta, mas Adventureland é um belo drama sensível. Uma fábula do primeiro verdadeiro amor. Aqui ela atua ao lado de Jesse Eisenberg, um garoto que vai trabalhar em um parque de diversões nas férias para juntar dinheiro e se mudar para Nova York onde pretende fazer faculdade. Em (Kristen Stewart) é a típica "pobre garota rica", repleta de problemas em casa com um pai ausente, uma madrasta digna de contos de fadas e alguns outros detalhes, mas a relação dos dois é bem construída. Um filme emocionante, sem ser piegas.

The Runaways - Garotas do RockThe Runaways - Garotas do Rock (2010)
Logo depois, Kristen Stewart fugiu completamente do estereótipo de mocinha de contos de fadas ao interpretar um personagem real tão forte quanto a cantora Joan Jett. Aqui, faltou um pouco de maturidade artística à garota, ainda mais com a comparação inevitável com Dakota Fanning, que vive Cherrie Currie. Mas é um filme que cumpre o papel a que se propõe. Constrói o mito em torno de duas artistas que brilharam, brigaram e seguiram rumos diferentes.

Na Estrada (2012)
Com a missão de levar às telas um dos livros mais significativos do século 20, o brasileiro Walter Salles agradou alguns e desagradou outros. Mas, o filme não deixa de ser uma experiência intensa e importante. E Kristen Stewart conseguiu dar uma sensualidade condizente à Marylou. Não brilha em cena, mas também não é alvo de críticas ferrenhas como tem sido em toda a sua carreira.

Branca de Neve e o CaçadorBranca de Neve e o Caçador (2012)
Aqui o problema maior foi o pós-filmagem, com a polêmica traição de Kristen Stewart a Robert Pattinson, com o diretor Rupert Sanders. Outra polêmica foi sua escolha para viver Branca de Neve, enquanto que a madrasta era interpretada por Charlize Theron, visivelmente mais bela que ela. De qualquer maneira, ela consegue defender bem o seu papel. Acho que foi sua melhor atuação até então.



Robert Pattinson

Robert Pattinson

Um belo rosto, Robert Pattinson conseguiu uma proeza para os fãs adolescentes. Esteve nas duas maiores franquias do gênero nos últimos tempos. Apesar de ter feito alguns trabalhos televisivos, começou uma carreira cinematográfica de destaque como Cedrico Diggory, personagem da série Harry Potter. Apesar de ser citado em outros livros, o personagem só aparece de fato no filme Harry Potter e o Cálice de Fogo. É um dos campeões de Hogwarts, que será morto por Voldemort.

Mas, foi apenas ao ser escolhido para viver Edward Cullen que ele ganhou o estrelato. Apesar de antes dele, ter interpretado o artista Salvador Dalí em Poucas Cinzas - Salvador Dalí. Em paralelo à Saga, no entanto, ele tentou construir uma carreira mais séria, tanto que já tem vários trabalhos em produção para os próximos anos. E chegou a ser elogiado em Cannes por sua atuação em Cosmópolis. Mas, para não perder o gosto pelos blockbusters do momento, e desespero dos fãs de Star Wars, ele já declarou que tem vontade de participar do Episódio VII.

Lembranças (2010)
Seu primeiro filme de sucesso após Crepúsculo foi um romance açucarado. Lembranças traz Pattinson como Tyler Hawkins, um garoto rebelde que vive brigando com o pai, e acaba se envolvendo em um plano tolo de vingança, mas acaba se apaixonando pela garota que deveria ser sua vítima.

Água Para ElefantesÁgua Para Elefantes (2011)
Ironicamente aqui ele usa o nome do personagem "rival" em Crepúsculo. Pattinson é Jacob, um estudante de medicina veterinária que tem que mudar de planos após a morte dos pais. Vagando pelo mundo, ele vai parar em um circo, onde se apaixona pela mulher do dono do local. Temos aqui o círculo perfeito de uma tragédia, mas que na tela do cinema se apresenta de uma forma frágil, enquanto nas páginas do livro era rico em detalhes e até mesmo profundo. Mas, o garoto tem uma atuação condizente, o problema é que tem o mestre Christopher Waltz como comparação.

Bel Ami - O Sedutor (2012)
Aqui sim, temos um problema. Robert Pattinson encarna o sedutor Georges Duroy (o Bel Ami) de maneira frágil, chegando a ficar feio em alguns cenas. E o feio aqui, é uma característica importante para a interpretação. Afinal, o personagem composto por ele não inspira esse encanto descomunal onde basta chegar para sorrisos se abrirem. Quem rouba a cena no filme é mesmo o trio feminino composto por Uma Thurman, Kristin Scott Thomas e Christina Ricci.

CosmópolisCosmópolis (2012)
Aqui, finalmente há uma luz para o ator. Na pele do robótico Eric Packer, um bilionário analista do século XXI, Robert Pattinson consegue o seu personagem mais denso. A construção do filme e a forma como os assuntos são encadeados ajudam na composição do personagem. E Cosmópolis se torna mesmo um filme ícone. Uma ruptura com o garoto bonitinho, galã de filme adolescente, entrando para o universo adulto dos filmes mais filosóficos. Conduzido pelo mestre, David Cronenberg e muito bem acompanhando por nomes como Juliette Binoche, Sarah Gadon, Paul Giamatti e Kevin Durand.



Taylor Lautner

Taylor Lautner

Curiosamente, Taylor Lautner possuía uma carreira antes de Crepúsculo, mas acabou sendo o que mais se acomodou à Saga. Ele já fez muita televisão. Era ator de séries como Summerland, Bernie Mac Show, e em Eu, a Patroa e as Crianças. E no cinema já tinha protagonizado As Aventuras de Sharkboy e Lavagirl em 3-D, que, de fato, não era grande coisa, mas ele era o Sharkboy. E no filme Doze é Demais 2.

Quando ganhou o papel de Jacob Black em Crepúsculo, agarrou a chance com todas as forças. Tanto que desafiou os produtores, dizendo que conseguiria continuar em Lua Nova, entrando em um treinamento constante para ficar com o papel. Explico. É que o Jacob em Crepúsculo era um garoto franzino ainda, não era o lobo forte dos outros filmes. Então, a ideia era colocar outro ator a partir de Lua Nova. Mas, Taylor Lautner conseguiu atingir a meta, ficando até o final.

Sem SaídaSem Saída (2011)
Durante a Saga, ele fez uma pequena participação em Idas e Vindas do Amor, mas o seu único filme solo foi mesmo o thriller Sem Saída. Aqui, ele é Nathan, um adolescente comum que descobre que é adotado e se vê em um perseguição de vida ou morte. O problema é que Sem Saída é daqueles filmes moldados no gênero, entre manuais de direção e roteiro. Apesar do bom argumento, falta alma e compreensão do que realmente importa ali. A história, por mais esquematizada que esteja, se mostra falha, incongruente, nos levando a rir de situações que deveriam ser sérias. De qualquer forma, não é um desperdício completo.

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