
Os aplausos após a sessão já demonstram. Aquaman é um filme feito para fãs de quadrinhos, heróis e aventuras. Parece que a DC acertou o tom, trazendo o humor que tem ajudado os filmes da Marvel e caprichando nos efeitos especiais. Depois de Mulher Maravilha, é o filme com maiores acertos, ainda que muitos percalços.
Ainda que siga a cartilha da jornada do herói, o roteiro não parece ter muitas coerências. A começar pela história da rainha Atlanna, interpretada por Nicole Kidman, que traz alguns delays inexplicáveis como a demora para encontrá-la na superfície (dando tempo de casar, ter filho e criar o menino por um bom tempo) e também o tempo entre seu retorno e a descoberta de que ela teve uma família terrestre.
Buscando explicar toda a mitologia do fundo do mar, desde a queda de Atlântida e os sete reinos, a trama vai costurando a história com flashbacks, por vezes tradicionais e por outras em uma tentativa de montagem paralela entre passado e presente que não parece se conectar tão bem quanto o pretendido. A escolha da estrutura de caça ao tesouro também parece esquemática e cansativa.
 De qualquer maneira, há mérito em construir uma personagem tão fantástica quanto Aquaman de maneira crível, nos fazendo embarcar em sua aventura e criar empatia com essa figura estranha. Mérito também de Jason Momoa que parece se divertir no papel, entregando uma veracidade e emoção mesmo em momentos que pareceriam ridículos. Uma imagem bem diferente do Aquaman imortalizado nos quadrinhos clássicos e desenhos, mas que até por isso, traz um respeito maior pela personagem, que vem tentando se recriar há um tempo.
De qualquer maneira, há mérito em construir uma personagem tão fantástica quanto Aquaman de maneira crível, nos fazendo embarcar em sua aventura e criar empatia com essa figura estranha. Mérito também de Jason Momoa que parece se divertir no papel, entregando uma veracidade e emoção mesmo em momentos que pareceriam ridículos. Uma imagem bem diferente do Aquaman imortalizado nos quadrinhos clássicos e desenhos, mas que até por isso, traz um respeito maior pela personagem, que vem tentando se recriar há um tempo. O restante do elenco, no entanto, embarca em um tom over que parece ser a proposta do filme. Ainda que construído com camadas e motivações plausíveis, os dois vilões são caricaturas exageradas que nos trazem uma sensação de encenação eterna, da mesma maneira que a mocinha Mera, interpretada por Amber Heard, e o ajudante Vulko, de Willem Dafoe, que, entre poses, caras e bocas vão conduzindo o espetáculo cênico.
 O que importa é que toda essa mistura cênica ajuda no principal efeito do filme que é o entretenimento. O ambiente ajuda nessa construção. Passando-se a maior parte no fundo do mar, e explora diversos ambientes, brincando com efeitos, luz e cores que ajudam na apreciação estética da obra. Há uma quantidade muito grande de lutas, perseguições, explosões (sim, explosões debaixo d´água) e uma agilidade em passar de uma cena a outra que envolve a plateia.
O que importa é que toda essa mistura cênica ajuda no principal efeito do filme que é o entretenimento. O ambiente ajuda nessa construção. Passando-se a maior parte no fundo do mar, e explora diversos ambientes, brincando com efeitos, luz e cores que ajudam na apreciação estética da obra. Há uma quantidade muito grande de lutas, perseguições, explosões (sim, explosões debaixo d´água) e uma agilidade em passar de uma cena a outra que envolve a plateia. O tom cômico também ajuda a não levar tudo aquilo a sério demais, até porque a escolha de uma estrutura mais sombria e densa poderia trazer uma sensação maior de descrença diante de algumas situações, como o encontro com um monstro mitológico ou mesmo algumas situações a que as personagens são submetidas. Tornar ridículo e demonstrar que o ridículo pode ser bom e divertido, acaba sendo um acerto, como uma cena específica que acontece em um bar e pode resumir bem a proposta da obra.
Aquaman não é nem nunca foi um dos super-heróis mais admirados. Motivo de piadas muitas vezes, secundário sempre que em grupo, mas que carrega em si uma mitologia que pode fascinar e envolver. O filme de James Wan está longe de ser perfeito, mas consegue atender aos desejos dos fãs e cumpre seu papel. Sem muitas expectativas, é daqueles filmes que pode surpreender positivamente.
Aquaman (Aquaman, 2018 / EUA)
Direção: James Wan
Roteiro: David Leslie Johnson-McGoldrick, Will Beall
Com: Jason Momoa, Amber Heard, Willem Dafoe, Patrick Wilson, Nicole Kidman
Duração: 143 min.

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
