A partir de amanhã, Salvador respira cinema com o XIV Panorama Internacional Coisa de Cinema que acontece no Espaço Itaú Glauber Rocha e na Sala Walter da Silveira. Esse ano, o Festival começou antes em Cachoeira com uma curadoria especial voltada para a cidade, algo que reflete a importância do espaço para o cenário cinematográfico baiano atual.
O cinema independente sempre foi um foco do Panorama que, entre competitivas nacionais, baiana e internacionais, além de mostras especiais, sempre buscou uma diversidade, sendo uma oportunidade para cinéfilos de todos os gostos poderem conferir filmes que se destacam em festivais nacionais e internacionais, além da nova safra local.
Esse ano, há uma participação massiva de filmes baianos na competitiva nacional, algo que não era tão comum, reforçando o bom desenvolvimento do cinema local. Na competitiva de curtas nacionais, cinco são baianos. A Praia, de Pedro Maia, 11 Minutos, de Hilda Lopes Pontes, As Balas Que Não Dei Ao Meu Filho, de Thiago Gomes, Orgulho, de Ricardo Sena, e Um Ensaio Sobre a Ausência, de David Aynan. Já na competitiva de longas, a dupla Ary Rosa e Glenda Nicácio, que mais uma vez foram premiados no Festival de Brasília, retorna a competitiva com o filme Ilha e Bernard Attal apresenta Sem Descanso. Ainda na competitiva nacional, a baiana Gabriela Amaral Almeida, que mora em São Paulo, apresenta A Sombra do Pai, seu segundo longa-metragem.
Um outro destaque nacional é a sessão especial do filme Central do Brasil que completa vinte anos e vai contar com a presença do ator Vinícius Oliveira. O filme de Walter Salles é um marco do nosso cinema, com diversos prêmios, e que, ainda hoje, reverbera pela atualidade do tema, pela sensibilidade da trama e pelas atuações, além de alguns planos primorosos como a cena final.
Outra data comemorativa esse ano é o centenário do cineasta sueco Ingmar Bergman que será comemorado com uma mostra especial de alguns dos seus principais filmes como O Sétimo Selo, Gritos e Sussurros, Persona, Sonata de Outono e Morangos Silvestres. Uma oportunidade para rever essas grandes obras em uma tela de cinema, já que a mostra que circulou por algumas cidades do país por conta do aniversário do cineasta não tinha vindo a Salvador ainda.
Outro cineasta que terá uma mostra especial é o estadunidense Spike Lee que esse mês estreia nos cinemas o seu novo filme Infiltrado na Klan. No Panorama doze de seus filmes serão exibidos, alguns em 35mm. Lute Pela Coisa Certa, Ela Quer Tudo, Mais e Melhores Blues, Febre da Selva, Crooklyn - Uma família de pernas pro ar, Irmãos de Sangue, Garota 6, O Verão de Sam, The Original Kings of Comedy, Elas me Odeiam, Mas me Querem, O Plano Perfeito e Milagre em Santa Anna.
Além da exibição de filmes, o Panorama tem também diversas outras atividades como a tradicional oficina de crítica, mais uma vez ministrada pelo crítico André Dib, a oficina de direção de fotografia ministrada por Andrea Capella, o laboratório de roteiro com os consultores Ianna Cossoy, Francine Barbosa e Aleksey Abib e a novidade do laboratório de montagem com a consultoria de Joana Collier. Além do debate Mulheres no cinema negro e diaspórico com as realizadoras africanas Chika Anadu (Nigéria) e Ng’endo Mukii (Quênia).
Principal Festival de cinema da Bahia hoje, o mais antigo ainda em atividade, o Panorama Internacional Coisa de Cinema é essa mistura boa de estilos. Uma oportunidade de vivenciar o cinema em múltiplas faces e celebrar a arte.
XIV Panorama Internacional Coisa de Cinema
11 a 21 de novembro de 2018
Cachoeira de 11 a 17/11. Na Praça da Aclamação e Cine Theatro Cachoeirano.
Salvador de 14 a 21/11. No Glauber Rocha e Walter da Silveira.
